O enredo sobre o ‘golpe de estado’ do tráfico de drogas nas eleições deste ano da Mangueira começa a dar outro samba nas investigações da 17ª DP (São Cristovão). Pelo menos um dos depoimentos na delegacia coloca sob suspeita a lisura do pleito em 2009, quando o atual presidente Ivo Meirelles foi eleito.
Segundo declaração da testemunha, na ocasião, a Comissão Eleitoral resistiu em aceitar a inscrição da chapa de Meirelles, o que teria levado Ivo a afirmar que ‘os homens lá em cima não ficariam nada satisfeitos’. A frase é interpretada como suposta referência ao tráfico.
Meirelles diz que adversário invadiu quadra com traficantes armados | Foto: Maíra Coelho / Agência O Dia
Meirelles diz que adversário invadiu quadra com traficantes armados | Foto: Maíra Coelho / Agência O Dia
A eleição de Meirelles teria sido garantida em função da desistência da única chapa que concorria à eleição. Meirelles será convocado novamente a prestar esclarecimentos. Na semana passada, ele e integrantes da atual Comissão Eleitoral registram queixa na 17ª DP e alegaram que traficantes de drogas chefiados por Acir Ronaldo Monteiro Silva, o 2k, teriam invadido à quadra da escola e proclamaram o advogado Marcos Oliveira, presidente, e o diretor de patrimônio, Nilton Oliveira, o Aranha, como vice.
A ação teria sido praticada sem que policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) tivessem agido. Na investigação do caso, os depoimentos estão contraditórios. O integrante da Comissão Eleitoral Paulo Frederico Guimarães afirmou que os homens comandados por 2k estavam armados e apoiavam Marcos e Nilton. No entanto, o secretário Jorge Monteiro, que também estava na quadra, afirmou que a inscrição da chapa de Marcos foi feita regularmente e negou a invasão por homens armados.
ELEIÇÃO NO DIA 28
Para concluir o inquérito, a delegacia vai convocar outros integrantes e ex-integrantes da escola para prestarem depoimentos. Os 13 policiais militares que estavam de plantão na UPP e próximos da quadra no dia da ação dos bandidos também serão ouvidos.
A eleição na Mangueira está marcada para o dia 28 de abril. Votam de 900 a 950 sócios de uma das escolas mais tradicionais do Rio. Para isso, Meirelles pediu ajuda da polícia. Este ano, a escola gastou R$ 6 milhões no Carnaval.
fonte: o dia na folia