A Mocidade anunciou sua nova rainha de bateria, Antônia Fontenelle, atriz e mulher do diretor Marcos Paulo. Ela será apresentada na feijoada deste domingo, na festa de comemoração dos 56 anos da escola. Ou seja, a principal atração dos festejos pelo aniversário da Mocidade será uma pessoa que nunca entrou na Vila Vintém. Que não tem nenhuma relação com Padre Miguel. Que não tem a menor ideia de quem seja Tia Nilda, Tião Miquimba, Ivo Lavadeira ou nossa querida Soninha, porta-bandeira que nos deixou essa semana.
Essa história de trazer celebridades para ser rainha de bateria chegou a um estágio que tem mais pontos negativos do que positivos para as escolas de samba. Em determinado momento de sua história, as agremiações se valeram de pessoas famosas para chamar a atenção de um tipo de público diferente, para se aproximar do grande público, numa troca até certo ponto saudável. Mas hoje o momento é outro. Botar nomes como Antônia Fontenelle à frente dos ritmistas não vai trazer nenhum benefício à Mocidade. Ela não é uma pessoa conhecida do público. Não tem um nome simpático na mídia. Não é reconhecida por seu trabalho como atriz. A junção desses três fatores nos leva à conclusão de que Antônia não vai acrescentar muita coisa.
A frase do presidente Paulo Vianna no comunicado de escolha é mais surpreendente: "A escolha de Antônia não envolveu nenhuma negociação financeira". Mas então como explicar essa escolha? O dinheiro era o único motivo plausível para que ela estivesse ali!
A explicação continua: "O que contou foi sua simpatia e carisma, e a afinidade dela com o samba e, em especial, com a Mocidade". Afinidade dela com o samba? Em especial com a Mocidade?? Vamos falar a verdade: essa relação não existia até ontem. Alguma vez ela cantou que não existe bateria mais quente? Ou mostrou sua identidade, provando a verdade a essa gente?
Amigos, ela vai ser a rainha da bateria de Mestre André! Aliás, expliquem a ela, por favor, quem foi José Pereira da Silva.
Nada contra a Mocidade, claro. Nem contra Antônia. Mas tudo contra essa realidade, em que as próprias escolas jogam flashes em quem não é nosso e esconde aqueles que há décadas constroem essa história, verso por verso, passo a passo. As escolas estão perdendo muito entrando nesse jogo que elas próprias criaram. E, se não estão levando nem dinheiro, o caso é mais sério do que eu pensava.
fonte: jornal extra
É lamentável...mas infelizmente a Mocidade não é a única a cometer esse tipo de erro. Quantas madrinhas de bateria podemos dizer que tem identidade com sua escola hj em dia? Que eu me lembre no momento, só a Raíssa(da Beija-Flor), Luíza Brunet(da Imperatriz) e Viviane Araújo(do Salgueiro). O resto desfila cada ano numa escola diferente e ainda fazem juras de amor eterno! Caso mais famoso o da Gracianne, esposa do Belo! Aff, Triste!
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