A arte foi desenvolvida pelo carnavalesco da agremiação, Levi Cintra. O objetivo do enredo é mostrar de forma lúdica a trajetória da escola, desde sua fundação, com a primeira presidente, Beth Andrade.
O presidente da Estrelinha, Ricardo Dias, acredita que o elemento principal do enredo é a emoção.
"Será um desfile para celebrar todos os momentos e figuras importantes para a nossa escola. É uma honra enorme para mim estar a frente deste projeto e poder articular estas homenagens. Não poderia ser diferente! Era preciso agradecer a todos que tornaram e transformam este sonho em realidade. Eu estava presente e assisti ao primeiro desfile, que já tinha a marca maior da Estrelinha: a dedicação e a paixão dos envolvidos", declarou.
Leia a sinopse da Estrelinha da Mocidade para o Carnaval 2012:
"A novidade vem lá de Padre Miguel: Estrelinha 20 anos a despontar no céu - Uma fábula sobre futuro"
Era uma vez um reino em verde e branco onde a felicidade dava o seu tom, colorindo cada pedacinho daquele distante lugar. Um mundo de fantasia, iluminado pelo brilho incandescente de uma bela e grandiosa estrela de luz. Lugar de gente humilde e feliz.
Lá, morava uma linda e bondosa rainha, adorada por toda a gente daquele pequeno povoado. Todos eram súditos apaixonados por sua Majestade Independente.
A rainha, sempre preocupada com o futuro de seu povo, num gesto de amor, pensou em perpetuar o seu reinado de alegria e, pelas mãos de fidalgos e conselheiros da corte, concebeu uma linda princesa que herdaria toda a nobreza Independente, com a missão de dar continuidade ao amor de Sua Majestade por seus súditos. Enfim, uma "mocidade" de futuro.
Sua Alteza desabrochara com a missão de cuidar do amanhã daquela nação, sempre tão acostumada com as glórias do promissor reino de paz. E logo de cara, o encanto da "Pequena Nobre" conquistou a todos daquele e de outros reinos da redondeza. Sob a magia das fadas e do Mago da Luz, sábio protetor do Reino Independente, fez-se o esplendor de uma noite de folia.
A harmonia do Reino Independente, porém, provocava a inveja de uma bruxa má, que vivia do outro lado da floresta encantada, em um vale sombrio e assustador. Ela detinha o poder de controlar o tempo através de seus feitiços e das poções mágicas. Sua missão era provocar o atraso no crescimento de todos os reinos e, com isso, expandir a tormenta do vale escuro em que vivia.
Em uma noite fria, irada com o avanço e progresso dos habitantes do Reino Independente, a bruxa má decidiu que acabaria com a luz e a alegria da "Princesa Criança". Afinal, como uma menina tão pequenina poderia estar entregando tanta felicidade aos seus súditos? "Um absurdo isso", bradava ela! Alguma coisa precisava ser feita…
O piar das corujas da floresta anunciava um tempo de encantaria e a bruxa, tomada de um sentimento de maldade, saiu em busca da "Princesa da Luz". De uma vez por todas o "tempo iria parar", chegara a "Era da Tardança".
Do alto de sua infelicidade, a maligna lançou sobre o Reino Independente um feitiço que jogaria a princesa em um sono profundo. Tão poderoso mal que nem o grande Mago da Luz conseguira deter. Todo o povo, sempre acostumado a festas e esperança, chorou a saudade da "Nobre", agora adormecida. Seus súditos sofreram com a falta que a Alteza fazia. Afinal, o tempo estagnara para o reino, e onde antes era só euforia, só o silêncio imperava.
No entanto, a bruxa não contava com um antídoto natural que poderia quebrar até o maior de todos os feitiços. Capaz de mover montanhas, tal qual a mais fervorosa fé: o sorriso de uma criança! Depois de tantas lágrimas, tímidos risos ainda teimavam em aparecer no canto da boca dos pequeninos. Ainda havia "brilho no olhar"!
Com isso, todos perceberam que a saída era juntar todos aqueles sorrisos e unir as forças, já que o efeito na princesa era notório. E quanto mais eles juntavam sorrisos, mais a nobre recobrava a consciência e, como num passe de mágica, um suspiro de vida se deu… A Alteza estava de volta!
A bruxa má conheceu a força que tem um sorriso infantil. Com isso, foi perdendo cada vez mais os seus poderes, até que desapareceu por completo, garantindo a paz de todos os reinos.
A Rainha Independente mandou preparar uma grande festa para comemorar a recuperação de sua filha. Convidou os que quisessem ajudar a correr atrás de todo o tempo perdido, afinal, o futuro do seu reinado estava ali. Era preciso ser feliz de novo, avançar! Pensar sempre no amanhã! No propósito pelo qual a princesa sempre lutara.
Assim, um grande baile à fantasia foi realizado nos salões do "Marquês de Sapucaí", um fidalgo que possuía um grande "castelo de ilusões", onde a rainha poderia receber a corte de todos os reinos vizinhos.
A comemoração dessa vitória se repete a cada lua carnavalesca que aparece nos céus. Assim, anualmente, nobres e plebeus entram em cena, unidos para celebrar o retorno do "amanhã", em uma festa que nunca pode cessar, pois "estrelas não podem parar de brilhar", já dizia o poeta.
O povo assim concluiu que a "Princesa da Luz" na verdade era uma "Pequena Estrela", a "Estrelinha" daquela "mocidade", a iluminar um futuro cheio do mais verdadeiro amor.
Enquanto isso, lá no Reino Independente, um menino leva pelas mãos um diário recém-saído das gráficas, berrando pelos becos e vielas do lugar notícias alvissareiras: "A novidade vem lá de Padre Miguel: Estrelinha 20 anos a despontar no céu".
E como não poderia deixar de ser: "Todos foram felizes para sempre".
Fim
Enredo dedicado a todos aqueles que acreditam num futuro melhor por intermédio da cultura e da preservação da raiz do samba. Viva o movimento do samba mirim!
Texto e enredo: Ricardo Dias
Carnavalesco: Levi Cintra
fonte: srzd carnaval
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